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Aceb quer ver navios, salvando a economia buziana

publicada em 08/07/2006

Para José Wilson, presidente da Associação Comercial, os cruzeiros são oportunidades de divulgar Búzios no mundo

Maria Fernanda Quintela

Radiante com a notícia de que Búzios receberá 131 escalas de navios nesta próxima temporada, José Wilson Barbosa, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Búzios, afirma que este tipo de turismo representa a salvação da economia buziana. Baseado em dados colhidos junto ao comércio da Cidade, José Wilson diz que a presença dos navios gera um grande impacto econômico e que quanto mais organizada a Cidade estiver, para receber estes turistas, mais setores serão beneficiados.
- Como é que 131 navios, que trazem em média dois mil passageiros cada um, não vão gerar um impacto positivo na economia local? É claro que vão. Os navios já são uma realidade em Búzios e o comércio está muito satisfeito com isso. Drogarias, supermercados, óticas, casas de câmbio, lojas de roupas, biquínis, artesanato, escunas, casas de sucos, pizzarias, até bancas de jornais e todo o comércio das praias, além dos setores que trabalham com turismo receptivo, todos trabalham bastante, quando os turistas desembarcam dos navios - conta.
Este ano a temporada inicia dia 12 de outubro e só acaba em abril de 2007. Serão seis meses ininterruptos, um recorde para uma cidade como Búzios, que vive sob o comando da sazonalidade.
- A Aceb está trabalhando para termos navios aqui durante todo o ano e acabar com o nosso problema de sazonalidade. Hoje a CVC já possui navios que circulam o ano todo na costa brasileira - completa o presidente da Aceb.

Escalas de navios começaram em 1996 com temporada de apenas 8 visitas

Os navios começaram a freqüentar Búzios em 1996 com uma temporada de apenas 8 escalas. No ano seguinte já foram 26 escalas, número que se multiplicou ao longo do tempo, atingindo hoje a marca de 131 escalas. Esses números mostram bem o crescimento deste tipo de turismo. De acordo com uma pesquisa do Fipe, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, 95% das pessoas que viajam de navio querem repetir a experiência; a maioria possui renda acima dos R$ 5 mil, 30% têm hábito de freqüentar resorts e 42% iriam para o exterior se não tivessem optado pelo navio. Segundo José Wilson, estes números demonstram bem a importância dos navios.
- Uma pessoa que opta por ficar num ‘resort’ raramente sai do hotel para freqüentar a cidade. Se 30% desse público passou a viajar de navio, Búzios ganha com isso economicamente e na divulgação da Cidade, que a cada visita de navio será conhecida por milhares de pessoas. Isso é bom não só para o comércio, mas para diversos setores que trabalham com turismo - afirma.
José Wilson lembra que a cada vez que se fala em navios, metade da Cidade adora a idéia e a outra metade se diz contra a presença desse tipo de turismo, coisa que ele não entende porquê.
- Já é hora da gente parar de tratar a questão dos navios de forma emocional e tratar de forma profissional. Há mais de dez anos eu venho alertando a Cidade para a importância em se preparar, em se organizar para a chegada do público dos navios. Quanto mais organização, mais setores vão lucrar e muitos empregos serão gerados. Temos que criar um super infra-estrutura de turismo receptivo. Sem ordenamento a Cidade não vai agüentar.
Na reunião realizada pela Capitania dos Portos no dia 04 na Aceb, em que compareceram representantes da Prefeitura, Câmara de Vereadores, Aceb e comunidade em geral, foram acertados os primeiros passos em direção a esta tão sonhada organização. Assuntos como banheiros públicos, segurança, sinalização turística, presença de guias credenciados pela Embratur, e toda ordenação necessária ao funcionamento do turismo receptivo náutico e terrestre como passeios de escuna, city tour, serviços de van e micro ônibus etc, foram abordados e listados para serem organizados de maneira adequada. Todos os serviços oferecidos ao turista serão cadastrados pela secretaria de Turismo e só poderá trabalhar quem estiver com o documento que será fornecido pela Prefeitura.
Fábio Ruschel, presidente da Associação em Búzios dos Barcos de Turismo (ABBAT), lembra que o passageiro do navio é um cliente em potencial para retornar à Cidade com mais calma, se hospedar em um hotel e utilizar outros serviços que normalmente um turista de chega de navio não utiliza.
- As oportunidades de negócio são infindáveis. Quem reclama dos navios está na verdade desperdiçando uma grande oportunidade de contato com seu público alvo. Os donos de hotéis de Búzios costumam atravessar oceanos em busca de clientes, divulgando seus estabelecimentos mundo afora. Eles podem perfeitamente divulgar seus hotéis diretamente para os passageiros. Boa parte deles têm interesse em retornar. E todos são turistas de classes A e B e 10% são estrangeiros. Eu mesmo tenho uma equipe vendendo passeio de escuna dentro dos navios. É o maior sucesso - diz.

Aceb afirma que navios não representam uma ameaça para a pesca de Búzios

Outro assunto que envolve os navios é a questão ambiental. A cada temporada, pescadores denunciam que os motores e âncoras danificam o fundo do mar, matando espécies marinhas, quebrando corais e pesqueiros e criando verdadeiras crateras na areia. José Wilson diz que também se preocupou em obter informações sobre isso e descobriu que os navios não atrapalham tanto assim.
- Conversei com vários pescadores. Os navios sempre param nos mesmos pontos. Búzios possui três locais de fundeio. Se a âncora e o motor causam algum problema, ele é pontual. A cratera que a âncora abre é fechada logo em seguida pelo movimento da maré. A areia que o motor levanta se dissipa rápido quando o navio sai. A idéia de usar um rebocador para puxar os navios é ruim, porque o motor de um rebocador é também muito possante. Outra coisa que falam é da água de lastro. Só navio cargueiro possui água de lastro. Transatlântico não funciona com água de lastro, é diferente - explica.

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