Búzios

Em mais um dia de sol e ventos constantes, o veleiro Mitsubishi / Gol não deu chances aos seus adversários. Ganhou as duas regatas de ontem, completou a quinta vitória e conquistou o título invicto da Búzios Sailing Week. O barco liderou a competição e a classe ORC Internacional, que substitui a IMS, e reúne os veleiros mais velozes. O segundo lugar ficou com o Sorsa / Oi, seguido pelo Touché Super.

O feriado de Páscoa e a bela paisagem da costa fluminense foram o cenário perfeito para a 20ª. edição da semana de vela. O evento reuniu, desde quinta-feira, 31 embarcações e 266 velejadores, que disputaram cinco regatas - quatro barla-sotas com as bóias montadas defronte a Armação de Búzios, e uma de percurso na direção de Geribá -, com ventos constantes todos os dias, de no mínimo 12 nós.

A cidade provou, mais uma vez, ser um dos melhores locais do país para a realização de regatas oceânicas. O sábado teve ventos em torno de 14 nós, que proporcionaram a realização das duas regatas programadas em pouco mais de três horas. Nas duas provas, a disputa ficou entre o Mitsubishi / Gol, Sorsa / Oi e Touché Super, que havia desistido de competir na sexta-feira (21) depois de quebrar o estai de popa.

Em uma rápida operação, o comandante Ernesto Breda mandou buscar a peça no Guarujá, em São Paulo, tirando do barco gêmeo Asa Alumínio, e conseguiu consertar sua embarcação a tempo de competir neste sábado. E valeu a pena, pois fez dois segundos lugares, garantindo a terceira colocação na classificação geral.

- Fizemos duas ótimas regatas neste sábado e quase conseguimos vencer a primeira. Valeu o esforço do nosso comandante, que foi ao Rio buscar a peça - explicou o tático do Touché, o argentino Martin Costa, que velejou pela primeira vez em Búzios, e ficou impressionado com a beleza e os ventos do lugar. Costa era tripulante do Matador, barco que foi comprado por Breda e se transformou no Touché. Por isso, veio a Búzios para ajudar a tripulação a regular o barco.

Quem também estava muito feliz era o invicto Eduardo Souza Ramos. "Depois de cinco vitórias só posso estar muito contente. Fizemos uma competição excelente e com condições de vento que nos favoreceram bastante. Depois de Ilhabela e do Circuito Rio, no ano passado, quando não fomos tão bem, mexemos um pouco no barco. Agora fizemos dois ótimos campeonatos e ganhamos aqui e em Santa Catarina, no início do mês", contou Eduardo. Ele não considera seu barco imbatível e acredita que para Ilhabela a dificuldade será bem maior.

- Em Ilhabela teremos mais competidores brasileiros e sempre vêm barcos argentinos e chilenos de muita qualidade - acrescentou.

Na disputa particular dos Beneteau 40.7, houve muito equilíbrio. O Odoyá, de Georg Ehrenspereger, e o CapinCanela, de Marcos Soares terminaram com a mesma pontuação, mas o veleiro carioca foi o primeiro colocado por ter uma vitória a mais. Na ORC Club, o Ângela Star, de Peter Siemsen, foi o campeão com quatro vitórias. Na RGS, o vencedor foi o Star Trek, de Luis Felipe Pereira, também com quatro vitórias, o mesmo aconteceu com o Tigre, de Marcos Adler, campeão do HPE. Nesta classe, destaque para a presença de Alan Adler, campeão mundial da classe Star, no Zegna, que venceu a última regata, e a tripulação feminina do Repeteco 2, comandado por Caroline Bejar.

RESULTADOS

ORC Internacional
1 - Mitsubishi/Gol, 4 pontos perdidos
2 - Sorsa/Oi, 9
3 - Touché, 11
4 - Odoyá, 19
5 - Neptunus Express
6 - CapinCanela

ORC Club
1 - Ângela Star, 4 pp
2 - Viva, 9
3 - Enigma Animale

Benetau 40.7
1 - CapinCanela, 6 pp
2 - Odoyá, 6 pp
3 - Ventaneiro, 9

RGS
1 - Star Trek, 4 pp (1+1+1+1)

HPE 25       
1- Tigre, 4 pp (1+1+1+1)

Foto: Gonzalo Arselli