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Notícias

Cerca de 93 tartarugas marinhas foram encontradas mortas devido à ingestão de plástico

publicada em 30/10/2009

O Projeto Aves, Quelônios e Mamíferos da Bacia de Campos realizam monitoramento e acompanham as causas de morte das tartarugas

Desde janeiro deste ano, o grupo do Projeto Aves, Quelônios e Mamíferos Marinhos da Bacia de Campos já encontrou durante monitoramentos nas praias do Norte Fluminense, cerca de 93 tartarugas marinhas, mortas na maioria das vezes após a ingestão de plásticos. – Embora a ingestão de resíduos plásticos seja um problema grave para as tartarugas marinhas da região, a principal causa de morte destes animais é a captura incidental em redes de pesca, um problema que também afeta algumas espécies de golfinhos, como a toninha e o boto cinza – conta Luciano Lima, um dos biólogos responsáveis pelo Projeto. Segundo ele, depois da captura em rede, a ingestão de lixo representa um grave problema para as tartarugas marinhas, seguido pela colisão com barcos a motor.
- Só no mês de setembro registramos quatro tartarugas marinhas que morreram por ingestão de resíduos plásticos, certamente este número é muito maior por vários motivos, como por exemplo, podem ir parar em outras praias ou em locais aos quais não temos acesso – disse.
O pesquisador explica que as tartarugas mortas foram encontradas durante os monitoramentos de praia realizados com regularidade no trecho de praia entre Arraial do Cabo e Saquarema e nas praias de Quissamã, ou a partir de chamadas da população em geral, secretarias de Meio Ambiente, bombeiros e universidades de toda a Região dos Lagos e Norte Fluminense.
- Embora algumas tartarugas marinhas possam viver facilmente cerca de 60 anos, a maioria dos exemplares encontrados nas praias da região são indifícuos com menos de dez anos de idade – relata.
Segundo Luciano, no mundo existem sete espécies de tartarugas marinhas, destas cinco passam pelo Brasil, sendo todas consideradas legalmente ameaçadas de extinção. Na região é a tartaruga-verde (Chelonia mydas), seguida pela tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e pela tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea). As tartarugas-de-couro (Dermochelys coriacea) e a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) também passam pela região, mas são animais bem mais raros.
- É interessante destacar que uma das tartarugas-olivas encontradas por nós em Quissamã havia sido marcada há um ano em Sergipe, demonstrando a incrível capacidade de deslocamento destes animais – completou Luciano.
O projeto é resultado de uma parceria entre ENSP/Fiocruz e o CENPES/Petrobras. Coordenado pelo professor Salvatore Siciliano, a equipe de pesquisa é formada por Luciano, Bruno Rennó, Helio Secco, Estéfane Reis, além de diversos colaboradores. (FC)


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Objetos encontrados dentro do estômago das tartarugas mortas no Norte Fluminense. Plásticos, náilon, pedaços de cabo e canudos são os objetos achados com maior frequência

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