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Notícias

JPH CULTURAL

publicada em 18/01/2010

Por Tuti Braga

CINEMA
Programação do Cine Bardot
Lula, O Filho do Brasil: Sábado e Domingo 19h00
O Solista: Sábado e Domingo 21h00

LULA, O FILHO DO BRASIL
Brasil, 2009.
Direção: Fábio Barreto.
Elenco: Rui Ricardo Dias, Glória Pires, Juliana Baroni, Milhem Cortaz, Lucélia Santos, Antonio Pitanga, Cleo Pires, Celso Frateschi, Sóstenes Vidal e Marat Descartes.
Duração: 128 min.

Primeira estreia nacional do ano, lançada em meio à polêmica causada por tratar do presidente atual do país, em pleno ano de eleições, “Lula, O Filho do Brasil” chegou a ser taxada como oportunista e eleitoreira por alguns críticos.
Uma análise mais aprofundada entretanto faz caírem por terra esses comentários. O longa se refere aos anos de formação de Lula e sua figura pública . Vai do nascimento até a hora em que ele assume a liderança do movimento sindical nas greves do ABC paulista em 1979/80, o que coincide com a morte da mãe, D. Lindu (Glória Pires).
Não menciona portanto a dedicação à política, a não ser no letreiro final que resume a sua trajetória. Vale ressaltar também que o presidente não pretende se candidatar à reeleição, o que nos leva à pergunta: que uso eleitoreiro poderia advir desta produção? No máximo, contribuir para que ele emplaque um sucessor, o que é muito pouco provável como resultado de um simples filme que nem chega a citar tal pessoa.
Contexto social à parte, é uma trama de superação que representa não só a vida de Luiz Inácio e sua família, mas as de milhares de brasileiros. Da infância no sertão, passando pela migração para São Paulo, na década de 50, pelo contato com a greve violenta em São Bernardo do Campo (1963), o acidente de trabalho como torneiro mecânico que ocasionou a perda do dedo, o sofrimento diante da morte da primeira mulher e do filho recém-nascido e o comprometimento com a luta sindical, está tudo lá, em pouco mais de duas horas de projeção.
Da narrativa convencional, linear e cronológica surge uma obra interessante e bem produzida, superior aos últimos trabalhos de Fábio Barreto (Bella Donna”, 1998; “A Paixão de Jacobina”, 2002; “Nossa Senhora de Caravaggio”, 2006). Se não é excepcional, nem conta com grandes lampejos de criatividade, se utiliza de eficientes direção de fotografia (Gustavo Hadba, de “O Caminho das Nuvens”) e trilha sonora (Antonio Pinto, de “Central do Brasil” e “Cidade de Deus”) para enredar o espectador.
“Lula, O Filho do Brasil” acerta também ao não forçar no elemento dramático da história, apesar de estar vinculado ao gênero do melodrama épico e de alguns tropeços que marcam o seu desenrolar. Para este equilíbrio conta ainda com as belas atuações de Glória Pires e Rui Ricardo Dias (Lula) que não se deixam afetar por eventuais falhas de prosódia (o sotaque dos personagens, a voz característica do sindicalista).
Ao estabelecer um paralelo com as sofridas trajetórias de muitos brasileiros ao mesmo tempo em que mostra o percurso de um personagem em particular, das dificuldades à superação, do anonimato ao reconhecimento, o filme se aproxima de “2 Filhos de Francisco”, sem conseguir emular no entanto o seu frescor na abordagem do tema.
Nada que nos impeça de embarcar numa jornada que atravessa décadas e regiões para traçar o perfil de alguém que, independentemente, de ideologias, tendências políticas ou afinidades, é muito importante na história político-social do país.


O SOLISTA (The Soloist)
Reino Unido / EUA / França, 2009.
Direção: Joe Wright.
Elenco: Robert Downey Jr., Jamie Foxx, Catherine Keener, Tom Hollander e Lisa Gay Hamilton.
Duração: 117 min.

Robert Downey Jr., indicado ao Oscar por “Chaplin”. Jamie Foxx, agraciado com o mesmo prêmio por “Ray”. Joe Wright, cineasta inglês em ascensão, à frente de “Orgulho e Preconceito” (2005) e “Desejo e Reparação” (2007). Os três reunidos em “O Solista”, filme que trata de Nathaniel Ayers (Foxx), um violinista esquizofrênico descoberto por Steve Lopez (Downey Jr.), jornalista do Los Angeles Times, nas ruas daquela cidade. História baseada em fatos reais.
Ingredientes que fizeram com que este longa fosse cotado como um dos indicados ao Oscar 2009 até que tivesse o lançamento adiado do fim de 2008 para abril do ano seguinte. Longe da temporada de prêmios, uma obra, que em outros tempos poderia ser considerada barbada, acabou passando em branco.
Entretanto isto não se deve apenas à época em que o longa estreou nos cinemas. É que se esperava mais do primeiro trabalho contemporâneo e em solo norte-americano de um promissor cineasta britânico, responsável por aclamadas adaptações literárias, do que uma narrativa simplesmente correta, sem grandes arroubos de criação.
Somem-se a isso as pontas meio soltas da trama – o encontro entre Ayers e Lopez; os flashbacks que mostram a evolução da doença do músico e entremeiam a amizade entre os dois; e o retrato semidocumental dos sem-teto – e temos uma produção bem aquém das possibilidades.
Não que “O Solista” seja um filme ruim, mas os talentos envolvidos e os acontecimentos que deram origem à matéria de Lopez, ao roteiro e enfim ao longa prometiam bem mais.
Talvez se a roteirista (Susannah Grant, de “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento”) e o diretor tivessem se concentrado na trama principal e dado menos espaço para a denúncia em relação às condições de vida dos moradores de rua, o resultado teria sido mais enxuto e interessante.
De qualquer forma, é uma chance de conferir as boas atuações de Robert Downey Jr. e Jamie Foxx, além da direção de Joe Wright, com momentos inspirados aqui e ali. Resta aos fãs do inglês e suas obras anteriores esperar por algo que faça jus ao talento que ele já demonstrou.

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VÍDEOS - JPH INDICA:

O DESPERTAR DE UMA PAIXÃO (The Painted Veil)
China / EUA, 2006.
Direção: John Curran.
Elenco: Naomi Watts, Edward Norton, Liev Schreiber, Toby Jones, Diana Rigg e Sally Hawkins.
Duração: 125 min.

Década de 1920. Walter (Norton), médico de classe média alta, e Kitty Fane (Watts), sua esposa, se mudam para Xangai. Lá, ela se envolve com Charlie Townsend (Schreiber), um homem casado, o que pode mudar sua vida e o tipo de relacionamento que tem com Walter para sempre. Bela adaptação do romance de W. Somerset Maugham (“Uma Paixão em Florença”, “Adorável Julia”) pelas mãos de John Curran (“Tentação”, 2004) e tendo à frente do elenco, Edward Norton (“O Incrível Hulk”, “O Clube da Luta”), Naomi Watts (“King Kong”, “21 Gramas”) e Liev Schreiber (“X-Men Origens: Wolverine”).
Onde encontrar: Locadora Estação.

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NA TV:

Diverso (TV Brasil). Programa sobre cultura. Apresentação: Eduarda Las Casas. Entrevista com João Moreira Salles, diretor de “Notícias de uma guerra particular” e “Santiago”. Sexta (15/01), 17h30, com reprise no sábado, 18h30.
Faixa de Areia (TV Brasil). Documentário. Brasil, 2007. Direção: Flávia Lins e Silva e Daniela Kallman. Com Ruy Castro e Luana Piovani, entre outros. Sexta (15/01), 22h30. Duração: 94 min.
ABC do Amor (Globo). “Little Manhattan”, 2005. Direção: Mark Levin. Com Josh Hutcherson, Charlie Ray, Bradley Whitford e Cynthia Nixon. Sábado (16/01), 14h30. Duração: 90 min.
Quase Deuses (SBT). “Something The Lord Made”, 2004. Direção: Joseph Sargent. Com Alan Rickman, Mos Def, Kyra Sedgwick e Mary Stuart Masterson. Sábado (16/01), 22h. Duração: 110 min.
Ao Ponto Remix (TV Cultura). Programa de auditório adolescente. Apresentação: Jairo Bouer. Tema: Responsabilidade. Convidado: Caio Blat. Domingo (17/01), 15h30.
O homem que virou suco (TV Brasil). Brasil, 1981. Direção: João Batista de Andrade. Com José Dumont, Célia Maracajá, Denoy de Oliveira e Ruth Escobar. Segunda (18/01), 1h15. Duração: 95 min.
Roda Viva (TV Brasil). Programa de entrevistas. Apresentação: Paulo Markun. Convidado: o escritor israelense David Grossman (“A mulher foge”). Segunda (18/01), 22h40.


FLASHES:

O ator americano Danny Glover (“A Cor Púrpura”, “Máquina Mortífera”) pediu para interpretar o pai do personagem de Lázaro Ramos no longa “O Grande Klapy”, coprodução entre Brasil, Portugal e Angola, dirigida pelo angolano Zezé Gamboa. O pedido foi imediatamente aceito e as filmagens começam em março em Portugal.
Ana Paula Arósio se junta a Wagner Moura no elenco de “O Homem do Futuro”, de Cláudio Torres (“A Mulher Invisível”). Sua personagem se apaixona pelo cientista que viaja no tempo.
O ator baiano, protagonista de “Tropa de Elite”, está cotado para interpretar o pugilista Acelino “Popó” de Freitas em “Mão de Pedra – A História de Popó, Um Herói Brasileiro”, estreia do publicitário Giovani Lima na direção de filmes.

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Blog: WWW.jphcultural.wordpress.com

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