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Notícias

O drama das enchentes: ‘A natureza oferece soluções, mas não são levadas em conta’

publicada em 09/04/2010

A força das chuvas faz lembrar o adágio: ‘água mole em pedra dura tanto bate até que fura’. É a natureza que em muitos casos procura o seu lugar de volta, e, às vezes, usa de muita força - disse Ruy Borba, a respeito dos danos causados pelas chuvas no Estado, em especial no Rio e Niterói. Para o secretário, a ocorrência dessas catástrofes traz uma discussão, mais emocional que racional. - Perde-se tempo e energia ‘vilanizando’ um ou outro, sobretudo em época de eleições, que fazem emergir interesses contrários. Esses dramas decorrem da falta de uma conexão dos sistemas municipais, principalmente na gerência da coleta e destinação do lixo, sem desprezar a questão dos assentamentos habitacionais, principalmente em áreas de risco, mas também sem levar em conta o caminho das águas e o espaço para a expansão delas - disse Ruy Borba na tarde de quinta-feira ao PH. Segundo o secretário, o prefeito Mirinho Braga tem salientado que qualquer obra, seja pública, seja privada, se considerem esses fatores todos. A direção dele - prefeito - é de que se levem em conta questões, desde o manejo dos resíduos sólidos, a manutenção das instalações de drenagem, como a limpeza de galerias, a implantação de mais redes de drenagens, e, principalmente, o aproveitamento de recursos da própria natureza, o que implica na preservação de mangues e brejos, mencionando os trabalhos da Secretaria do Meio Ambiente nesse sentido.
- A briga com a natureza pode levar a vitórias de Pirro. Ganha-se hoje, mas se perde muito mais no futuro, porque se compromete a sustentabilidade da Cidade. A Fundação Bem Te Vi desenvolveu o seu projeto assim orientado. Lá, por primeiro se resgatou um brejo grande, que já estava praticamente ‘à morte’, e no seu ‘leito’ ainda surgiram três pequenos lagos, que servem como área de expansão das águas, secundado isso por um sistema implantado de drenagem superficial e profunda, muito bem estudado por uma empresa especializada. Foi um investimento pesado, e que não aparece aos olhos das pessoas; mas eu diria que graças a esse trabalho, hoje toda aquela região da Rasa pode contar com um sistema de proteção, que retém a força das águas, e boa parte do seu volume na sua área de preservação que fica no Parque São Francisco de Assis - uma área de 100 mil metros quadrados dentro da Bem Te Vi - disse o secretário, lembrando que essa preocupação era recorrente no discurso do engenheiro Marcelo Haddad, que executou o projeto de engenharia e drenagem da Bem Te Vi, sempre se preocupando com a forma de ocupação na redondeza.
– Durantes essas chuvas estive na Rasa, e mais uma vez pude constatar que toda aquela área vizinha da Fundação Bem Te Vi esteve preservada de danos, graças às obras que realizamos lá - concluiu o secretário.
Para Ruy Borba, é importante preservar as encostas e se for o caso trabalhar em reforços, como as obras de estabilização dessas encostas. O tratamento preventivo, além de ser mais eficiente é mais barato - cerca de 10% do custo do outro - como lembrou o presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian (professor de mecânica dos solos). Bogossian sublinha ainda, sobre os riscos e as conseqüências do continuado processo de imper-meabilização do solo, que vem junto com o processo de urbanização.
- Além das ações de planejamento urbano, há que examinar material mais amigável ao meio ambiente. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, já há medidas, para se substituir asfalto, por materiais mais porosos, que facilitam a percolação - acrescenta Ruy Borba, voltando a dar o exemplo da Bem te Vi, que usou (com recursos próprios) um material mais poroso na construção de suas quadras de tênis.
O desenvolvimento urbano sustentável, para o secretário, ‘deve estar articulado, sopesando nessas relações urbanas as condições de moradia, gestão do lixo e também sistemas de prevenção e socorro em emergências’. Defesa Civil, portanto, passa a ser um importante protagonista, quando se traçam soluções para o planejamento urbanístico’. - Li no PH on- line uma matéria sobre os efeitos das chuvas no Município, e pude constatar que os trabalhos emergenciais feitos pela Secretaria de Serviços Públicos de Búzios, logo no início do governo, deram bons resultados, embora todos reconhecemos que a precipitação das águas sobre nossa Cidade não tenha sido perto dos volumes que ocorreram na Capital e em Niterói. De qualquer forma o que já foi feito pelo município nesta gestão evitou a acumulação de água em áreas que tradicionalmente sofriam nesses casos. A orientação do prefeito Mirinho Braga é urbanizar as áreas de risco que existem na Cidade antes de se pensar em remoção. Neste contexto, deve se ter presente a importância de um sistema de transporte eficiente, que, se for desprezado, formará agrupamentos de forma inadequada, em áreas próximas ao Centro. Tal fato poderá resultar no surgimento e desenvolvimento de favelas, o que não é desejado para a administração pública, tão pouco para a população de Búzios– finalizou Borba.

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