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Amendoeiras causam discórdia entre população e prefeitura

publicada em 15/07/2010

O projeto de revitalização do Canto Esquerdo de Geribá está em andamento e acabara de entrar na fase de urbanização e paisagismo, conforme visto na matéria da página 1 desta edição do PH. Com isso, as amendoeiras e uma albatã terão de ser derrubadas para dar lugar a um novo projeto paisagístico. Esta semana alguns moradores manifestaram-se contra a derrubada das árvores, causando divergência de opiniões entre prefeitura e população.
No local existiam sete amendoeiras e uma albatã, sendo que quatro delas já foram derrubadas. Moradores e pescadores querem manter as três que restam. Na derrubada das primeiras árvores, alguns moradores chegaram a chorar.
Na última segunda-feira (12), uma equipe capitaneada pelo departamento de Parques e Jardins da prefeitura esteve no local para retirar as árvores restantes, mas não conseguiram realizar a operação. De forma pacífica, moradores fizeram um protesto alegando que as amendoeiras, além de cinquentenárias, estão incorporadas à paisagem local, geram sombra e amenizam o calor.
Para os moradores trata-se de um projeto ‘imposto’, sem qualquer consulta à opinião pública.
De acordo com o Secretário de Obras, Saneamento e Habitação Wilmar Mureb, as amendoeiras não são nativas e caso permaneçam suas raízes arruinarão a obra do calçadão que está em andamento. Sobre a falta de comunicação à população, Mureb disse acreditar no diálogo, mas afirmara não ser obrigação de a prefeitura comunicar sobre todas as benfeitorias urbanas que serão feitas na Cidade.
Em nota oficial a Prefeitura ainda
afirmara que as árvores estavam podres. Moradores, inclusive, solicitaram que fosse feito laudo técnico de órgãos específicos, como IBAMA, para comprovar se as árvores estavam de fato condenadas.
A Secretária de Meio Ambiente, Adriana Saad, complementou que a amendoeira é uma árvore exótica e causadora de grandes problemas urbanísticos. A sombra que protege as pessoas do calor também inibem o desenvolvimento de outras espécies, inclusive, nativas.
- Só porque são antigas e grandes, as pessoas não entendem que são nocivas. Vamos replantar espécies nativas como ipê e palmeira jerivá. Precisamos resgatar as espécies nativas e valorizar o que é nosso. Isso atrai as espécies da fauna que são daqui, garantindo um ecossistema sadio – disse a secretária, pedindo paciência para a população.
Procurada pela reportagem, a mestre em Botânica formada pela UFRJ, Leonora Cardin acredita que deveria ter sido feito um estudo não só do impacto ambiental, mas da questão cultural e histórica.- Mesmo sendo uma espécie exótica, é sabido que em todo o litoral brasileiro existe amendoeira. Seria necessário fazer um estudo para saber exatamente qual a melhor alternativa, tendo em vista que no Canto Esquerdo especificamente sempre foi local de ‘caiçaras’ e nisso também está embutido o valor histórico e cultural, além dos pescadores que se utilizam diariamente destas sombras. Também seria necessário um estudo técnico para saber o quanto as raízes ou o diâmetro da amendoeira estragariam o projeto urbanístico, para daí, sim, ver o que seria mais adequado fazer, em questão custo e benefício – finaliza Leonora.

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