Búzios

Raízes, carcaças de navio, peças
de grandes embarcações, redes de
pesca e tudo o mais o que for possível
imaginar vira arte nas mãos
de Sérgio Paulo Soares, surfista e
artista plástico, mais conhecido
como Dido. O diretor de novelas
Jaime Monjardin é uma das personalidades
que não deixa de visitar
o Atelier Espaço Aberto, de Dido,
quando visita Búzios. Suas peças
também já atravessaram o continente.
Um belga, Nick Tierie, que
tem casa em Búzios, decorou boa
parte de seu restaurante de comida
brasileira e mexicana na Bélgica
com as peças de Dido. – Quando
ele chega vem me visitar para saber
o que tenho de novidade e
sempre leva algumas peças – conta
Dido. Algumas de suas peças
estão em exposição permanente no
Bar do Zé, na Orla Bardot.
Com técnicas em pintura, como
pátina, e muita criatividade, o artista
transforma uma carcaça de barco
em uma bela estante, misturando
rústico e sofisticação. Madeira
velha ou raízes tomam a forma de
animais. - Sempre vivi das mãos. Já
trabalhei com artesanato com osso.
Fazia brincos, gargatilhas... Agora,
transformo o que eu vejo pela
frente em arte – resume.
Além de fazer pranchas de madeira,
ele pinta, monta e desmonta
móveis, espelhos, barcos, mesas e
sempre arruma um tempo para
surfar, afinal, são 32 anos de história
sobre a prancha.
Filho de pescador Valdir Antonio
Soares, 75 anos, e Elenice Pereira,
falecida, Dido conta que viu
e sentiu Búzios se transformar, principalmente
as praias, devido à expansão
imobiliária e que desde
cedo optou por trabalhar com arte.
– É impossível viver do peixe.
Passear por seu ateliê é uma mistura
de viagem no tempo e surpresa
em ver as criações do artista.
Visite o ateliê do Dido, localizado
na rua da Igreja de Santa Rita,
em Manguinhos. (Simone Kikuchi)
Foto: Reginaldo Coimbra
Legenda: O artista surfista e suas criações, como o mapa de Búzios na bandeja e que
também pode ser usado como quadro