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Notícias

Instituto Sangari não levou em conta ocorrências policiais na confecção do Mapa da Violência 2011

publicada em 12/03/2011

Além disso, entidade já admitiu e consertou erros de oito tabelas

Bruno Almeida

Na última sexta-feira (11), o diretor de Pesquisa do Instituto Sangari, Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo Mapa da Violência 2011, comentou, por email, as matérias publicadas pelo Jornal Primeira Hora em sua edição passada (Nº 1402), sobre possíveis erros no Mapa. Em tais matérias, duas autoridades locais: o delegado da Polícia Civil, Mario Lamblet e o secretário de Planejamento de Armação dos Búzios, Ruy Borba, colocaram em dúvida a precisão dos estudos, no que se referem a Cidade ser apontada como tendo a mais alta taxa de homicídios do Rio, e ocupar o 25º lugar no mesmo quesito, nacionalmente. Isso porque, segundo autoridades policiais e municipais, os estudos teriam levado em conta números de mortes ocorridas em bairros considerados violentos, mas que pertencem ao município de Cabo Frio.
Em sua comunicação ao PH Julio Jacobo ressaltou que em todos os Mapas feitos até hoje, a “fonte das estatísticas de mortalidade apresentadas ao longo dos diversos capítulos são as Declarações de Óbito que fundamentam as Certidões lavradas nos cartórios de Registro Civil do país”, e não as ocorrências registradas em delegacias policiais.
E prossegue explicando: “Essas Declarações de Óbito são posteriormente centralizadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde e levadas ao Ministério da Saúde, onde passam a integrar o Sistema de Informações de Mortalidade – SIM – cujos dados foram tornados públicos a partir de 1979”.
Comprovando que foram consultadas definições territoriais especificadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Julio deixa e entender que, caso haja um erro, este seria do IBGE.
De qualquer forma, o Mapa da Violência 2011 não considera que muitos moradores de Cabo Frio recorrem a Búzios para serem atendidos no hospital e postos de saúde (caso do bairro de Vila Verde), bem como nos cartórios. O autor do Mapa também admite não levar em conta a população flutuante ou sazonal, que no caso de Búzios, em alta temporada chega a atrair mais do que o triplo da população residente. Segundo Julio, “inexistem dados minimamente confiáveis ou homogêneos, para o conjunto dos municípios do país, sobre população flutuante ou sazonal que permitam dar um tratamento mais ajustado às taxas”.  
Sobre a possibilidade de o Jornal ‘O Globo’ estar a serviço de uma ação política orquestrada, com vistas a denegrir gradativamente a imagem do município, haja vista suas numerosas, e recentes, publicações contrárias e mal apuradas sobre a Cidade, o assessor de imprensa do Instituto Sangari, Valmir Zambrano, afirma:
- Não fazemos nenhum acompanhamento de veículos de comunicação específicos, nem podemos analisar a cobertura que cada um deles está fazendo. O Mapa da Violência 2011 foi lançado no dia 24 de fevereiro, em Brasília, em coletiva com jornalistas de veículos de todo o Brasil. As informações do Mapa, portanto, são públicas desde aquela data.
Na página do Instituto, na internet (www.sangari.com), em uma errata se lê: “uma falha técnica provocou a desconfiguração de oito tabelas do estudo, distorcendo seus dados”. Os erros já foram consertados. Nada, no entanto, sobre a imprecisão que elegeu a Búzios como o município onde mais se mata no estado do Rio de Janeiro, e o 25º no Brasil.

Ministério da Justiça não se pronuncia

Tendo sido parceiro do Instituto na confecção do Mapa da Violência 2011, o Ministério da Justiça não retornou a mensagem eletrônica que a reportagem do Primeira Hora enviou através do site do próprio Ministério, pedindo que comentassem o caso.

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